A MÁQUINA DO MUNDO
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
( ... )
O trecho ao lado integra um poema maior da obra Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Considerando o poema como um todo, NÃO É CORRETO afirmar que
No poema “A Máquina do mundo”, de Drummond, observa-se um a epifania de eu lírico que toma contato com um conhecimento supremo. A alternativa C afirma que o “caminhante”, eu-lírico do poema, aceita o convite feito pela “Máquina do Mundo”. Tal afirmação é incorreta, pois, ao longo do texto, nota-se rejeição a esse convite, como se observa no trecho “a máquina do mundo, repelida / se foi miudamente recompondo, / enquanto eu, avaliando o que perdera, / seguia vagaroso, de mãos pensas.”