A operação era um pouco dolorosa e não durava mais que um minuto, mas era traumática. Seu significado simbólico estava claro para todos: este é um sinal indelével, daqui não sairão mais; esta é a marca que se imprime nos escravos e nos animais destinados ao matadouro, e vocês se tornaram isso. Vocês não têm mais nome: este é o seu nome. A violência da tatuagem era gratuita, um fim em si mesmo, pura ofensa: não bastavam os três números de pano costurados nas calças, no casaco e no agasalho de inverno?

Primo Levi. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. 

Está de acordo com o texto a seguinte afirmação:

  • a

    A tatuagem era uma forma de tortura e uma mensagem não verbal, que inscrevia a condenação no corpo do prisioneiro.

  • b

    O uso de tatuagens era perturbador apenas para ciganos e judeus ortodoxos, pois violava o código moral e as leis religiosas dessas comunidades.

  • c

    O recurso de tatuar o prisioneiro, além de impor um sofrimento físico e moral, discriminava o tipo de remuneração.

  • d

    O emprego das tatuagens funcionava como um código estético e de classificação dos prisioneiros nos campos de concentração.

  • e

    A tatuagem, assim como o trabalho voluntário, não tinham finalidade produtiva, mas contribuíam para o entendimento entre os prisioneiros. 

Como o texto indica, embora o ato de tatuar fosse rápido e pouco doloroso, a tatuagem em si era uma violência, pois simbolizava a condenação do prisioneiro à escravidão e morte.

Obs: ainda que não contextualizado, o excerto aborda o Holocausto, processo de extermínio do povo judeu promovido pelos nazistas e marcado pela identificação, segregação, confinamento e eliminação dos judeus.