Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América:

A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial) no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volto para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América. 

Nesse excerto, o autor referia-se 

  • a

    aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil.

  • b

    às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal.

  • c

    à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata.

  • d

    às implicações que os movimentos de independência na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil.

  • e

    ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente. 

O texto do jornalista Hipólito José da Costa ressalta a conveniência da presença da corte portuguesa no Brasil durante o processo de independência das colônias espanholas na América. Tendo sido publicado em 1818, o texto antecede a Revolução Constitucionalista do Porto de 1820; dessa forma, nos termos da alternativa D, a opção de D. João VI em permanecer na América poderia retardar influências dos processos emancipacionistas no Brasil.