Sou imperfeito, logo existo. Sustento que o ser ou é carência ou não é nada. Sustento que uma pessoa com deficiência intelectual é um ser com carências e imperfeições. Sustento que eu, você e ele somos seres com carências e imperfeições. Portanto, concluo que nós, os seres humanos, pelo fato de existir, somos – TODOS – incapazes e capazes intelectualmente. A diferença entre um autista severo e eu é o grau de carência, não a diferença entre o que somos. A “razão alterada” é um tipo de racionalidade diferenciada que considera as pessoas como seres únicos e não categorizados em padrões sociais que agrupam as pessoas por níveis, índices ou coeficientes.

(Chema Sánchez Alcón. “Crítica de la razón alterada”. http://losojosdehipatia.com.es, 30.10.2016. Adaptado.)

De acordo com o texto, “razão alterada” é

  • A

    uma racionalidade tradicional voltada à pesquisa filosófica do ser como entidade metafísica. 

  • B

    um conceito científico empregado para legitimar padrões de normalidade com base na biologia. 

  • C

    um conceito filosófico destinado a criticar a valorização da diferença no campo intelectual. 

  • D

    uma metodologia científica que expressa a diferença entre seres humanos com base no coeficiente intelectual. 

  • E

    um tipo de racionalidade contestadora de padrões sociais e dotada de pretensões universalistas.

De acordo com o texto: "Sou imperfeito, logo existo". Essa afirmação exprime a condição humana como "razão alterada", isto é, uma racionalidade que nos diferencia: somos seres únicos e não há possibilidade de sermos categorizados, não há padrões, índices ou coeficientes que agrupem as pessoas. Desta forma, a "razão alterada" é um tipo de racionalidade que contesta os padrões sociais que negam a pretenção universalista.