Em 1500, fazia oito anos que havia presença euro peia no Caribe: uma primeira tentativa de colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ocidentalização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização. 

A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa, pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente americano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias. A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da catástrofe antilhana. 

(Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização, 1999. Adaptado.) 

As epidemias provocadas pelos contatos entre europeus e povos autóctones da América 

  • a

    demonstraram o risco da expansão territorial para áreas distantes e determinaram o imediato desenvolvimento de vacinas. 

  • b

    representaram uma espécie de guerra biológica que afetou, ainda que de forma desigual, conquistadores e conquistados. 
     

  • c

    provocaram a interdição, pelas cortes europeias, da circulação de mulheres grávidas entre os dois continentes. 

  • d

    (D) foram utilizadas pelos nativos para impedir o avanço dos europeus, que contraíram doenças tropicais, como a febre amarela e a malária. 

  • e

    levaram à proibição, pelas cortes europeias, do contato sexual entre europeus e nativos, para impedir a propagação da sífilis. 

O aspecto biológico foi um dos elementos marcantes da conquista e colonização do continente americano, responsável por dizimar milhares de pessoas.

Nesse sentido, as epidemias foram responsáveis por dizimar, de forma significativa, conquistadores e conquistados, estes últimos com muito mais intensidade.