TEXTO I

TEXTO II

No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg (n.1925) criou o termo combine para se referir a suas novas obras que possuíam aspectos tanto da pintura como da escultura.

Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em uma exposição de jovens artistas americanos e italianos no Festival dos Dois Mundos em Spoleto, na Itália. Os responsáveis pelo festival, entretanto, se recusaram a expor a obra e a removeram para um depósito.

Embora o mundo da arte debatesse a inovação de se pendurar uma cama numa parede, Rauschenberg considerava sua obra “um dos quadros mais acolhedores que já pintei, mas sempre tive medo de que alguém quisesse se enfiar nela"

A obra de Rauschenberg chocou o público na época em que foi feita, e recebeu forte influência de um movimentoartístico que se caracterizava pela

  • a

    dissolução das tonalidades e dos contornos, revelando uma produção rápida. 

  • b

    exploração insólita de elementos do cotidiano, dialogando com os ready-mades. 

  • c

    repetição exaustiva de elementos visuais, levando à simplificação máxima da composição.

  • d

    incorporação das transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da vida moderna. 

  • e

    geometrização das formas, diluindo os detalhes sem se preocupar com a fidelidade ao real. 

A partir da leitura do texto e da observação da obra Cama, de 1954, do artista neodadaísta estadunidense Robert Rauschenberg, percebemos como principal característica o uso de objetos cotidianos, como o próprio nome da obra indica. Estes são retirados de seu uso comum e, combinados a diversas técnicas artísticas, produzem efeitos insólitos e intrigantes, como a vontade de deitar-se em uma aconchegante obra de arte exposta. Tal ressignificação de objetos cotidianos, como obras de arte, dialoga com os históricos ready-mades produzidos no início do século XX por dadaístas como Marcel Duchamp e seu urinol batizado de “A Fonte”, exposto em 1917.