Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jatí não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.

• Do trecho acima que integra o romance Iracema, de José de Alencar, não se pode afirmar que

  • a

    a caracterização de Iracema, da forma como é feita no romance, revela, acima de tudo, sua alma e o fino tratamento psicológico de uma personagem feminina o qual lhe é atribuído pelo autor. 

  • b

    as sucessivas comparações servem para idealizar a protagonista, e em todas elas a personagem Iracema é dada como superior. 

  • c

    a profusão de linguagem figurada, usada ao longo do romance, tanto para caracterizar a personagem quanto suas ações, pode dar a ele o estatuto de um poema em prosa. 

  • d

    as inúmeras comparações de seus atos com o comportamento de diferentes animais e vegetais na selva, demonstram que a personagem é pura aparência, reveladora de sua beleza original.

A caracterização da personagem Iracema, no romance homônimo, não se pauta pelo refinamento psicológico. A índia funciona, ali, como representação alegórica da terra americana, razão pela qual sua individualização não faria sentido.