No Brasil, do mesmo modo que em muitos outros países latino-americanos, as décadas de 1870 e 1880 foram um período de reforma e de compromisso com as mudanças. De maneira geral, podemos dizer que tal movimento foi uma reação às novas realidades econômicas e sociais resultantes do desenvolvimento capitalista não só como fenômeno mundial mas também em suas manifestações especificamente brasileiras.

Emília Viotti da Costa, “Brasil: a era da reforma, 1870-1889”. In: Leslie Bethell, História da América Latina, v.5. São Paulo: Edusp, 2002. Adaptado.

A respeito das mudanças ocorridas na última década do Império do Brasil, cabe destacar a reforma

  • a

    eleitoral, que, ao instituir o voto direto para os cargos eletivos do Império, ao mesmo tempo em que proibiu o voto dos analfabetos, reduziu notavelmente a participação eleitoral dos setores populares.

  • b

    religiosa, com a adoção do ultramontanismo como política oficial para as relações entre o Estado brasileiro e o poder papal, o que permitiu ao Império ganhar suporte internacional.

  • c

    fiscal, com a incorporação integral das demandas federativas do movimento republicano por meio da revisão dos critérios de tributação provincial e municipal.

  • d

    burocrática, que rompeu as relações de patronato empregadas para a composição da administração imperial, com a adoção de um sistema unificado de concursos para preenchimento de cargos públicos.

  • e

    militar, que abriu espaço para que o alto✄comando do Exército, vitorioso na Guerra do Paraguai, assumisse um maior protagonismo na gestão dos negócios internos do Império.

As décadas de 1870 e 1880 foram marcadas por questionamentos ao regime monárquico brasileiro, justificados por transformações econômicas e sociais ocorridas ao longo da segunda metade do século XIX. A Coroa brasileira, nesse cenário, reagiu às novas realidades, apresentando determinadas reformas políticas, tais quais aquelas contidas na Lei Saraiva, que modificaram a estrutura eleitoral. Além disso, a Coroa instituiu o voto direto para cargos eletivos do Império, eliminando a câmara primária, ao mesmo tempo em que proibiu o voto dos analfabetos, acarretando uma redução na participação política dos setores populares.