A adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas de serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no Reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer mandioca ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum a menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por exemplo, efetuado em 1623, fala-se num sítio nas bandas do Ipiranga “com seu alpendre e duas camarinhas no dito alpendre com a prensa no dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa proveniente do mandiocal também inventariado. Mas a farinha não exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos de lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a casa de fazer farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha.

Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc.

Além de “tipitis”, constituem contribuição indígena para a língua portuguesa do Brasil as seguintes palavras empregadas no texto:

  • a

    “cardápio” e “roceiros”.

  • b

    "alpendre” e “fogão”.

  • c

    “mandioca” e “Ipiranga”.

  • d

    “sítio” e “forno”.

  • e

    “prensa” e “quintal”.

As duas palavras de origem indígena incorporadas ao português do Brasil são "Ipiranga", termo que denomina um rio e suas adjacências, e "mandioca", substantivo que designa a planta de cujas raízes se faz a farinha que era base da dieta dos indígenas do Brasil.