A dona de casa entre as classes populares urbanas é uma personagem maior e majoritária. A dona de casa não tem muitas papas na língua. Muitas vezes é uma rebelde, tanto na vida privada quanto na vida pública. E não raro paga um alto preço por isso, como alvo principal de violências que podem chegar ao crime “passional”.
(Adaptado de Michelle Perrot, “Figuras e papéis”, em Philippe Ariès (org.), História da vida privada. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. v. 4, p. 146.)
A mulher das classes populares nas sociedades urbanas do século XIX na Europa
Em várias partes da Europa, no século XIX, acontecia a expansão das atividades industriais. Em uma sociedade cada vez mais urbanizada e marcada pela desigualdade social oriunda desse processo, o papel da mulher das classes populares urbanas não se restringia ao trabalho doméstico. Tornava-se cada vez mais comum a presença feminina em fábricas, no comércio, na mineração, entre outros serviços. Muitas vezes, as más condições de trabalho somadas às péssimas condições de vida alimentavam uma atitude de rebeldia.