Ironia ao natural

É natural,
é bom
e quanto mais melhor,
como os cogumelos
vermelhos,
as rãs azuis
ou o suco de serpente...
É químico,
processado, 
é mau,
como a
aspirina,
um perfume
ou o plástico
da válvula
cardíaca
de um coração... 

(João Paiva, quase poesia quase química. Sociedade Portuguesa de Química, 2012,p.15.
Disponível em www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-poesia-quasequimica-jpaiva2012.pdf.Acessado em 06/07/2016.)

Nesse poema, há

  • a

    inversão dos atributos do que seria bom na natureza e do que seria ruim nos processados, de modo a, ironicamente, ressaltar a importância da química. 

  • b

    comparação entre o lado bom dos produtos naturais e o lado ruim dos produtos processados, de modo a ressaltar, efusivamente, o perigo da química.

  • c

    demonstração do lado bom dos produtos naturais e o lado ruim dos produtos processados, sem, contudo, realizar uma crítica em relação à química. 

  • d

    elogio aos produtos naturais, reforçando-se a ideia de consumirmos mais desses produtos em detrimento de produtos processados com o auxílio da química.

No poema de João Paiva, ocorre uma quebra da expectativa, pois os produtos naturais (“cogumelos vermelhos”, “rãs azuis” e “suco de serpente’’)  não parecem ser bons, enquanto os artificiais (“aspirina”, “perfume” e “plástico da válvula cardíaca”) são. Isso justifica a importância da química e explica o título do poema.