A obra de Túlio Piva poderia ser objeto de estudo nos bancos escolares, ao lado de Noel, Ataulfo e Lupicínio. Se o criador optou por permanecer em sua querência — Santiago, e depois Porto Alegre, a obra alçou voos mais altos, com passagens na Rússia, Estados Unidos e Venezuela. Tem que ter mulata, seu samba maior, é coisa de craque. Um retrato feito de ritmo e poesia, uma ode ao gênero que amou desde sempre. E o paradoxo: misto de gaúcho e italiano, nascido na fronteira com a Argentina, falando de samba, morro e mulata, com categoria. E que categoria! Uma batida de violão que fez história. O tango transmudado em samba.
RAMIREZ, H.; PIVA, R. (Org.). Túlio Piva: pra ser samba brasileiro. Porto Alegre: Programa Petrobras Cultural, 2005 (adaptado).
O texto é um trecho da crítica musical sobre a obra de Túlio Piva. Para enfatizar a qualidade do artista, usou-se como recurso argumentativo o(a)
O gabarito oficial é aceitável, pois o texto destaca a aparente contradição entre o fato de Túlio Piva ter nascido na fronteira com a Argentina e, mesmo assim, ter sido compositor de samba, gênero musical pouco comum na região. O problema é que o texto também defende a tese de que o compositor deve ser colocado entre os grandes sambistas consagrados: Noel, Ataulfo e Lupicínio. Assim, usa-se da reputação dos compositores consagrados do samba para enfatizar a qualidade de Túlio. Cabe lembrar que Ataulfo é mineiro, Noel é carioca e Lupicínio é gaúcho.
Gabarito oficial: A
Gabarito Anglo: A e D