Batizado por Tancredo Neves de “Nova República”, o período que marca o reencontro do Brasil com os governos civis e a democracia ainda não completou seu quinto ano e já viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu as depressões da inflação e das ameaças da hiperinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições diretas para presidente em 29 anos.

O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil, 15 nov. 1989.

O período descrito apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura histórica anterior. Uma dessas continuidades consistiu na

  • a

    representação do legislativo com a fórmula do bipartidarismo. 

  • b

    detenção de lideranças populares por crimes de subversão.

  • c

    presença de políticos com trajetórias no regime autoritário.

  • d

    prorrogação das restrições advindas dos atos institucionais.

  • e

    estabilidade da economia com o congelamento anual de preços.

Com o fim da ditadura militar (1964-1986), existiram diversas rupturas nas práticas políticas do Brasil, porém podemos destacar algumas continuidades, como a presença de políticos que pertenceram à Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido apoiador da ditadura, na formação da Nova República: o ex-presidente José Sarney, por exemplo, foi durante muitos anos membro da Arena.