Pode-se dizer que a presença do personagem sineiro no trecho transcrito cumpre o papel de aproximá-lo de Lalau, do ponto de vista da solidariedade de classe, considerando que a menina vivia como uma agregada da família de Dona Antônia, não pertencendo ao grupo de personagens privilegiados. No fragmento, há o reforço da perspectiva do sineiro, que vivia “mergulhado na inconsciência e na solidão” em relação a Lalau. O trecho afirma que “A moça representava aos olhos dele alguma coisa mais do que uma simples criatura, era a sociedade humana, e uma sombra de sombra da consciência antiga.” Lido isoladamente, como apresentado na prova, o trecho cumpre o papel de revelar uma solidariedade de classe desenvolvida entre eles, de acordo com o que aponta a alternativa A.
No entanto, analisando-se a cena como um todo e considerando-se informações contidas no mesmo capítulo ao qual ela pertence, entende-se que é por causa do olhar interessado de Félix no comportamento de Lalau, enquanto ela se relaciona com o sineiro, que Dona Antônia toma ciência do sentimento que une seu filho à agregada. Desta forma, entende-se que função cumprida pela “cena”, como solicitado no enunciado, também está contida na alternativa C.
