Considerando fatores extralinguísticos relacionados ao fenômeno da variação, pode-se afirmar que a variante “nóix”, segundo o fragmento, está associada a uma dimensão sociocultural, já que se trata de uma expressão linguística associada a grupos sociais urbanos e periféricos (conforme sugerem outras passagens do excerto, como “bondes de galera”, “quem é alemão rala”, “fechamento”, entre outras).
Além disso, o enunciador defende que o grupo abarcado pela variante “nóix” compõe uma coletividade difusa, pois não se saberia “exatamente quem ou quantos somos, quem faz parte ou não, quem está dentro ou fora”. Ainda assim, haveria uma ética comum norteando as experiências desse grupo, o que permite afirmar que compartilham “vivências específicas”. Por oposição, a variante da norma-padrão “Nós” (grafada no excerto em maiúscula) é vinculada, no texto, à ideia de totalidade, o que, segundo o enunciador, faria esse termo assumir uma referência mais bem delimitada.
