Duas respostas são possíveis para a questão.
Ambos os textos concordam ao questionar a separação entre sociedade e natureza. No texto 1, o autor enfatiza que “nós e a Terra somos uma mesma entidade”. Isso expressa a ideia de que os seres humanos não são externos à natureza, mas parte de um mesmo organismo — uma relação ancestral reconhecida por diferentes povos e rompida pela modernidade e pelo desenvolvimento industrial. No texto 2, a autora mostra que a Terra é um “conjunto de relações” que envolve agentes humanos e não humanos (como oceanos, atmosfera, clima, solos). A Terra possui um “regime de atividades próprio”, ou seja, uma dinâmica própria e complexa, que agora reage às ações humanas.
Essa interconexão é reafirmada tanto na alternativa “b” (“múltiplos processos que envolvem agentes humanos e não humanos”) quanto na “d” (“regime de atividades próprio, que envolve agentes humanos e não humanos”). A afirmação de que a natureza está em risco, na “b”, está certa se considerarmos que, por natureza, entendem-se as espécies vivas (mesmo que o Texto 2 afirme que a Terra, em si, não está ameaçada). Já a afirmação de que os agentes humanos e não humanos são colocados em risco, na “d”, é justificada caso se tome apenas as espécies vivas como referência.
No entanto, cabe dizer que, em ambas, também seria possível fazer interpretações legítimas em outras direções.
Na “b”, a afirmação de que a natureza é colocada em risco sugere uma separação entre sociedade e natureza, o que é negado em ambos os textos. Na “d”, ao dizer que agentes não humanos também estão em risco, pode-se entender que isso inclui a própria Terra e os elementos naturais, o que o texto 2 contradiz.
