No texto intitulado Tarsila, a pesquisadora Aracy Amaral transcreve um trecho das impressões de Tarsila do Amaral sobre a viagem às cidades históricas coloniais mineiras, que realizara em 1924 com o grupo modernista, liderado por Mário de Andrade: “(...) As decorações murais de um modesto corredor de hotel; o forro das salas, feito de taquarinhas coloridas e trançadas; as pinturas das igrejas, simples e comoventes, executadas com amor e devoção por artistas anônimos; o Aleijadinho, nas suas estátuas e nas linhas geniais da sua arquitetura religiosa, tudo era motivo para as nossas exclamações admirativas. Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto apurado... Mas depois vinguei-me da opressão passando-as para as minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes, conforme a mistura de branco. Pintura limpa, sobretudo, sem medo de cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, uma certa estilização que a adaptava à época moderna.”
AMARAL, Tarsila, 1939. Apud AMARAL, Aracy. Tarsila, In: Tarsila do Amaral.
São Paulo: Fundação Finambras, s.d, p.4.
Considerando a obra O Mamoeiro, de Tarsila do Amaral, qual é o principal elemento que caracteriza a influência do movimento modernista brasileiro na pintura?
A tela de Tarsila do Amaral representa uma paisagem brasileira com as cores vibrantes apontadas por ela no texto transcrito, evidenciando a tendência modernista de tematizar a cultura brasileira, compreendida em seus aspectos relacionados à vida cotidiana, notadamente de pessoas mais simples.