Leia o excerto a seguir de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de Max Weber.
“Temos de nos emancipar da seguinte visão: que se pode deduzir a Reforma das transformações econômicas como algo ‘necessário em termos de desenvolvimento histórico’. Por outro lado, não se deve de forma alguma defender uma tese tão disparatadamente doutrinária que afirmasse que o ‘espírito capitalista’ pôde surgir somente como resultado de determinados influxos da Reforma.
Em face da enorme barafunda de influxos recíprocos entre as bases materiais, as formas de organização social e política e o conteúdo espiritual das épocas culturais da Reforma, procederemos tão-só de modo a examinar de perto se, e em quais pontos, podemos reconhecer determinadas ‘afinidades eletivas’ entre certas formas da fé religiosa e certas formas da ética profissional. Por esse meio serão elucidados o efeito que, em virtude de tais afinidades eletivas, o movimento religioso exerceu sobre o desenvolvimento da cultura material.”
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004, p.82-83 (Adaptado).
A partir da ideia expressa no excerto acerca da relação entre o desenvolvimento do capitalismo e alguns elementos da doutrina calvinista, é correto afirmar que
O texto de Max Weber apresenta uma aproximação entre certas formas de fé religiosa (isto é, a religião protestante) e certas formas de ética profissional (isto é, o estímulo ao trabalho rigoroso e árduo). Ainda que o autor chame a atenção para os perigos de concepções que concebem que os influxos da Reforma Protestante teriam proporcionado as únicas condições para o surgimento do espírito do capitalismo, o texto afirma que o ambiente proporcionado pela Reforma teria contribuído positivamente para o desenvolvimento capitalista.