“Eu não venero a criação mais do que o Criador, mas venero a criatura criada como eu sou, adotando a criação de maneira livre e espontânea, de modo que Ele possa elevar nossa natureza e nos tornar partícipes de Sua natureza divina. Sendo assim, eu me atrevo a fazer uma imagem do Deus invisível não como invisível, mas como tendo se tornado visível por nossa causa, tornando-se carne e sangue. Eu não faço uma imagem da divindade imortal. Eu pinto a carne visível de Deus, pois é impossível representar o espírito e ainda mais Deus, que dá vida ao espírito.”

John Damascene. On holy images. Disponível em
https://www.gutenberg.org/files/49917/ (Adaptado).

Nessa citação, João Damasceno (675-749), monge e teólogo cristão do período medieval, dirige-se contra o movimento iconoclasta ao

  • a

    colocar a criatura no mesmo nível do Criador. 

  • b

    reduzir a divindade a seus elementos materiais. 

  • c

    identificar a imagem visível com a natureza divina. 

  • d

    negar o dogma da divindade de Jesus Cristo. 

  • e

    justificar a veneração de imagens sagradas.

Na civilização medieval, o movimento iconoclasta fora marcado pelo questionamento da presença de imagens religiosas na construção da cultura cristã. A Igreja, por sua vez, assumia a defesa do papel pedagógico dos ícones para a religiosidade católica. No texto do enunciado da questão, João Damasceno defende a postura assumida pelo clero católico ao afirmar que se atreve a fazer uma imagem do Deus invisível, tornando-o uma figura de “carne e sangue”.