Diante do pouco dinheiro para produtos básicos de sobrevivência, são as adolescentes o alvo mais vulnerável à precariedade menstrual. Sofrem com dois fatores: o desconhecimento da importância da higiene menstrual para sua saúde e a dependência dos pais ou familiares para a compra do absorvente, que acaba entrando na lista de artigos supérfluos da casa.

A falta do absorvente afeta diretamente o desempenho escolar dessas estudantes e, como consequência, restringe o desenvolvimento de seu potencial na vida adulta. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, revelaram que, das meninas entre 10 e 19 anos que deixaram de fazer alguma atividade (estudar, realizar afazeres domésticos, trabalhar ou, até mesmo, brincar) por problemas de saúde nos 14 dias anteriores à data da pesquisa, 2,88% deixaram de fazê-la por problemas menstruais. Para efeitos de comparação, o índice de meninas que relataram não ter conseguido realizar alguma de suas atividades por gravidez e parto foi menor: 2,55%.

Dados da ONU apontam que, no mundo, uma em cada dez meninas falta às aulas durante o período menstrual. No Brasil, esse número é ainda maior: uma entre quatro estudantes já deixou de ir à escola por não ter absorventes. Com isso, perdem, em média, até 45 dias de aula, por ano letivo, como revela o levantamento Impacto da Pobreza Menstrual no Brasil. O ato biológico de menstruar acaba por virar mais um fator de desigualdade de oportunidades entre os gêneros.

Disponível em: www12.senado.leg.br.
Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).

Esse texto é marcado pela função referencial da linguagem, uma vez que cumpre o propósito de

  • a

    sugerir soluções para um problema de ordem social.

  • b

    estabelecer uma relação entre menstruação e gravidez.

  • c

    comparar o desempenho acadêmico de mulheres e homens.

  • d

    informar o leitor sobre o impacto da pobreza menstrual na vida das mulheres.

  • e

    orientar o público sobre a necessidade de rotinas de autocuidado na adolescência.

Trata-se de um texto eminentemente informativo, o que se justifica não apenas pelas informações sobre a “pobreza menstrual”, mas também pelo emprego de linguagem denotativa, enfoque objetivo e precisão da informação, com a citação de dados numéricos provenientes de órgãos de prestígio.