Texto comum à questão.

Enquanto o povo da cidade se sentia muito importante, eu, por minha vez, me sentia necessário. Eles, porém, não me viam como alguém necessário, me viam como alguém útil. Para eles eu era um servidor, um serviçal. Eu era útil, mas poderia ser substituído porque não era necessário. Percebi que o povo da cidade tinha relações de utilidade e importância, mas não tinha relações de necessidade. Para nós, a pessoa que é importante não é quase nada. É aquela pessoa que se acha ótima, mas não serve. O termo que tem valor para nós é necessário. Há pessoas que são necessárias e há pessoas que são importantes. As pessoas que são importantes acham que as outras pessoas existem para servi-las. As pessoas necessárias são diferentes, são pessoas que fazem falta. Pessoas que precisam estar presentes, de quem se vai atrás.

(SANTOS, Antônio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: UBU/Piseagrama, p.
24, 2023.)

Considerando o ponto de vista apresentado no texto de Antônio Bispo dos Santos sobre os “tipos de pessoa”, a personagem que fala nos quadrinhos de Wesley Samp pode ser caracterizada como alguém que

  • a

    se acha ótimo por ser importante. 

  • b

    não é importante, embora se considere ótimo. 

  • c

    é desnecessário, porque não tem importância. 

  • d

    se considera útil, apesar de ser importante.

Antônio Bispo dos Santos cria, em seu texto, uma oposição entre pessoa “importante” – que ele desvaloriza no contexto – e pessoa “necessária” – que ele valoriza. Em certo momento, chega a afirmar: “a pessoa que é importante não é quase nada. É aquela pessoa que se acha ótima, mas não serve”.  No quadrinho de Wesley Samp, a personagem que fala se acha ótima. Por conta das perguntas que faz, nota-se que ela se engrandece por ter suposta posição social superior, embora essas perguntas diminuam seu tamanho, na visão do cartunista. Ou seja, é alguém que, nas palavras de Antônio Bispo, pode ser considerada “importante” (alguém que se acha ótimo, mas não serve).