A maioria dos países africanos tornaram-se independentes entre 1950 e 1975. Amílcar Cabral foi uma das lideranças que formularam projetos políticos para criar unidades nacionais no pós-independência. Ele havia nascido na Guiné-Bissau em 1924; depois de seu nascimento, sua família se mudou para Cabo Verde. Em 1945, obteve bolsa para estudar em Portugal; na Europa, entrou, então, em contato com as teorias do movimento da negritude, panafricanismo e marxismo. De volta à África em 1952, ajudou a fundar o Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC, 1953), iniciando a luta armada contra a metrópole em 1963. Em um discurso, Cabral afirmou: “No nosso Partido ninguém dividiu; pelo contrário, cada dia nos unimos mais. Aqui não há papel, nem fula, nem mandinga, nem filhos de caboverdianos, nada disso.”

(Adaptado de MALACCO, F. Unidade nacional e unidade continental: uma discussão
acerca dos projetos políticos de Amílcar Cabral e Kwame Nkrumah. Revista Ars Historica,
17, p. 78-100, jul/dez 2018.)

Com base no excerto, marque a alternativa correta sobre o ideário nacional proposto por Amílcar Cabral e pelo movimento por ele liderado.

  • a

    Almejava, com base nas fronteiras dos reinos africanos que existiam antes da chegada dos europeus, construir nações independentes. 

  • b

    Buscava formar, para o enaltecimento das identidades étnicas que antecediam o colonialismo, uma grande unidade pan-africanista. 

  • c

    Propunha um movimento de descolonização das culturas africanas, o qual demandava a adoção de dialetos locais e a rejeição, como idioma nacional, das línguas europeias. 

  • d

    Defendia, para fortalecer a luta contra a colonização e ideologia portuguesa, as unidades políticas nacionais posicionadas acima da diversidade de etnias africanas.

Amílcar Cabral, um dos principais líderes dos movimentos de independência de Guiné-Bissau e de Cabo Verde, enfatizou em seu discurso a importância da unidade entre os diferentes grupos étnicos africanos. Ele defendia que as divisões étnicas não deveriam enfraquecer a luta pela independência, ressaltando que a coesão nacional era essencial para enfrentar a colonização e a dominação portuguesa. Assim como outros defensores do panafricanismo, Cabral buscava construir uma identidade nacional que transcendesse as diferenças étnicas, fortalecendo, assim, a luta pela libertação e pela soberania dos povos africanos.