Sócrates: − [...] Pois segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.

Glauco: – Concordo também, até onde sou capaz de seguir a tua imagem.

(Adaptado de PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 517b6-c5.)

O diálogo anterior aparece em uma passagem da obra A República, de Platão, trecho que ficou conhecido como “o mito da caverna”. Sobre esse diálogo, assinale a alternativa correta.

  • a

    O diálogo trata da ideia do Bem, causa do justo, do belo, da verdade e da inteligência; o Bem é prontamente visível aos habitantes da caverna. 

  • b

    Por ser causa da justiça e senhora da verdade e da inteligência, a ideia do Bem orienta o comportamento dos habitantes da caverna, na sua vida particular e pública. 

  • c

    Embora não seja facilmente cognoscível, a Ideia do Bem – enquanto causa do justo e do belo – não é prescindível para a tomada de boas decisões na cidade. 

  • d

    O diálogo entre Sócrates e Glauco trata da Ideia do Bem, que – por situar-se no limite do cognoscível – permanece a todos incognoscível.

O diálogo entre Sócrates e Glauco discute a Ideia do Bem, que, segundo Platão, é a causa de tudo que é justo e belo. A Ideia do Bem não é facilmente acessível ao conhecimento humano, mas é essencial para que se possa tomar decisões sensatas, tanto na vida particular quanto na vida pública, já que se trata da essência da Justiça.