“A rebelião de 1835 não foi uma explosão repentina, resultado de apressada decisão, como por vezes acontecera em revoltas escravas anteriores. Houve um período, longo talvez, de gestação. [...] Quando interrogados, os rebeldes em geral silenciaram a esse respeito.”

REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil. A história do levante dos malês em 1835.
São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 246.

Foi característica da Revolta dos Malês:

  • a

    A importante presença de revoltosos vinculados às práticas religiosas muçulmanas.

  • b

    O apoio dado ao movimento por intelectuais brancos da cidade de Salvador.

  • c

    A participação quase exclusiva de negros escravizados que propunham o fim da escravidão.

  • d

    A proposição de uma negociação com as autoridades baianas para o fim da revolta.

  • e

    O alastramento da revolta para outras capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Ocorrida na cidade de Salvador (BA), em janeiro de 1835, a Revolta dos malês foi uma rebelião liderada por africanos muçulmanos. Nesse movimento, a busca por liberdade não dizia respeito exclusivamente à ruptura com a situação de escravidão, mas também uma aguda rejeição às imposições católicas sobre os escravizados. Nesse sentido, tratou-se de um importante conflito do século XIX, no qual foram mobilizados destacadamente revoltosos adeptos de práticas religiosas islâmicas.