Leia o trecho abaixo:
“Mas o mundo estava mudando. O fim da unidade política não foi apenas uma modificação trivial; toda a estrutura política teve de ser alterada como consequência. As classes governantes das províncias ainda eram (em sua maioria) romanas, mas estavam em rápida transformação. O Oriente também estava se distanciando do Ocidente. Tornara-se, por exemplo, muito mais grego em sua cultura oficial. Leão I fora o primeiro imperador a legislar em grego; menos de um século depois, Justiniano (527- 565) talvez tenha sido o último imperador oriental a falar latim como sua primeira língua. Mas é acima de tudo no Ocidente que encontramos uma crescente provincialização, no final do século V, o que é, ao mesmo tempo, uma consequência e uma causa do colapso do governo central.”
WICKHAM, C. O legado de Roma. Iluminando a idade das trevas,
400-1000. São Paulo: Editora Unicamp, 2019, p. 148.
O fim da unidade política do Império romano foi marcado:
A questão trabalha o período do fim da Idade Antiga, com o colapso do império romano, para o início da Idade Média, com a consequente construção do mundo feudal. Nesse contexto de transição, aconteceu uma fusão de elementos socioculturais romanos e germânicos. Bons exemplos dessa síntese seriam as práticas relacionadas ao mundo romano, como o colonato, que contribuíram com a origem do trabalho servil medieval; já os germânicos e suas relações de lealdade militar (comitatus) também contribuíram com o desenvolvimento do sistema de suserania e vassalagem.