Em março de 2024, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei estabelecendo que a rede social TikTok - da empresa chinesa ByteDance - teria seis meses para ser vendida e desvincular-se da matriz, ou deixaria de atuar no país.

O debate sobre a proibição do TikTok em solo americano

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    expõe o lobby do mercado financeiro para obter o controle acionário da ByteDance, forçando sua desestatização e a abertura de seu capital para a bolsa de valores.

  • b

    intensifica o confronto entre Pequim e Washington em um ano eleitoral, no qual temas como o controle de tecnologias que afetam a indústria da mídia social, a liberdade de expressão e a segurança nacional polarizam opiniões.

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    demonstra a preocupação da sociedade civil norte-americana em relação aos possíveis danos que as redes sociais como TikTok, Meta e Snap causam em adolescentes, comprometendo sua instrução e saúde mental.

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    reflete o soft power chinês que controla a transferência de sua tecnologia para outros países, ao mesmo tempo em que desenvolve a capacidade de acessar dados de inteligência de outros Estados mediante suas plataformas digitais.

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    mostra a capacidade de mobilização das grandes empresas que controlam a mídia social, que resistem a qualquer forma de regulamentação estatal, sobretudo à proibição de uso do algoritmo de repetição, o qual prioriza conteúdos para engajar os usuários mediante curtidas, comentários e tempo de visualização.

O debate sobre a proibição do TikTok em solo estadunidense é mais um degrau na escalada de tensões entre a China e os EUA, conhecida, atualmente, como Guerra Fria 2.0. Importante frisar que o debate sobre o suposto roubo de dados e manipulação de usuários foi concentrado na empresa estrangeira e não chegou a afetar, de forma significativa, as empresas estadunidenses, o que reforça a percepção de ser mais um passo na tensão entre as duas grandes potências.