A partir dos indicadores macroeconômicos selecionados, responda:

a) Qual indicador da tabela justifica o argumento de que, à época, o Brasil vivia um “milagre econômico”?

b) Compare as taxas de crescimento do PIB brasileiro com as taxas de crescimento do PIB nos conjuntos “América Latina” e “mundial”, referidos na tabela, e caracterize o comportamento da inflação no período de 1968 a 1973.

c) Por que o chamado milagre econômico não foi acompanhado pelo aumento do poder aquisitivo das camadas sociais mais pobres? Indique dois motivos.

a) Indicador do Crescimento do PIB brasileiro, contendo taxas altas, entre 9,8% e 14%.

b) O PIB brasileiro cresceu bem mais do que o mundial e se manteve significativamente acima do crescimento latino-americano, que também esteve acima da evolução econômica mundial. Já a inflação brasileira do mesmo período apresentou tendência de controle e queda, saindo de 25,5% ao ano para 15,5%.

c) O Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), cujos resultados possibilitaram o argumento, na época, de que o Brasil vivia um “milagre econômico”, possuía três pilares principais: forte participação do Estado em setores estratégicos, como energia, siderurgia e obras públicas; investimentos do capital privado nacional, principalmente no setor de bens de consumo, construção civil e indústria complementar; e do capital internacional, focado em ativos brasileiros, multinacionais automobilísticas, indústria química, farmacêutica e eletrônica. Ademais, o ponto de maior relevância para o crescimento foi o alto índice de reinvestimento dos capitais obtidos pelos setores econômicos. Nesse cenário, o governo brasileiro buscou ofertar para os investidores um ambiente propício à otimização dos lucros, através de incentivos fiscais, burocráticos e flexibilização de uma estrutura trabalhista a partir da possibilidade do “arrocho salarial”, no qual se percebia o aumento do custo de vida, dadas a inflação e a carga tributária para a classe média, operária e camponesa, sem a melhoria dos salários. Vale destacar que, nesse período, a situação precária das relações sociais do campo não passou por transformações capazes de melhorar o padrão de vida dos trabalhadores rurais, que continuaram sofrendo os flagelos da seca, da ausência de garantias trabalhistas e da demasiada exploração do trabalho. Assim, embora o país tenha crescido economicamente, tal avanço econômico não se traduziu em desenvolvimento social ou distribuição de renda.