“Em 1948 a África do Sul estava iniciando um dos maiores avanços que qualquer país moderno poderia esperar [...]
Então seu partido assumiu o poder [...]
Primeiro vocês fizeram voltar os navios com emigrantes [...] Depois vocês ignoraram os seis anos de guerra contra a ditadura e a tirania e libertaram pró-nazistas, sabotadores e fascistas das prisões da África do Sul.
Vocês criaram o Apartheid. Vocês pintaram sinais raciais em bancos de parques, agências dos correios, vagões ferroviários e entradas públicas, aprovando uma lei racial injusta depois da outra.
Vocês conseguiram votos jogando os brancos contra os negros, aproveitando-se dos temores dos brancos, explorando a ganância dos brancos”.
WOODS, D. Por dentro do Apartheid. O cotidiano da resistência
na África do Sul. São Paulo: Best Seller, 1988, p. 135.
O texto acima foi escrito por jornalista branco sul-africano que se tornou um ativista anti-apartheid. Acerca desse regime é correto afirmar:
O excerto apresentado pelo jornalista D. Woods tece críticas ao regime segregacionista do Apartheid, existente na África do Sul entre os anos 1948 e 1994. Durante o período, o país viveu um regime de segregação racial, no qual negros e brancos não possuíam os mesmos direitos, sendo vetado à população negra – que era a maioria do país – o acesso a direitos políticos como o voto e a diversos direitos civis, como a possibilidade de viver e frequentar determinados espaços, que seriam reservados apenas às pessoas brancas.
O Apartheid foi concebido a partir de um pensamento de superioridade racial embasado nas teorias racistas do final do século XIX e do início do século XX, sendo desmantelado em definitivo apenas em 1994 com a eleição de Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da história do país.