Excerto 1
Quase todos estão de acordo que a felicidade é o maior de todos os bens que se pode alcançar pela ação; diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade. A julgar pela vida que os homens levam em geral, a maioria deles, e os homens de tipo mais vulgar, parecem identificar o bem ou a felicidade com o prazer, e por isso amam a vida dos gozos.
(Adaptado de: Aristóteles. Ética a Nicomaco, Livro I, seções 4 e 5.)
Excerto 2
O conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda a escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que essa é a finalidade da vida feliz. O prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Embora o prazer seja nosso primeiro bem inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer.
(Adaptado de: Epicuro. Carta sobre a felicidade. São Paulo: Editora UNESP, p. 35-37,
2002.)
Considerando os excertos dos filósofos gregos Aristóteles e Epicuro, ambos do século IV a.C., é possível afirmar que
Os filósofos gregos Aristóteles e Epicuro de fato têm concepções éticas distintas. Por exemplo, há um maior reconhecimento do papel do prazer na busca de uma vida sábia no epicurismo. No entanto, isso não significa que Epicuro identifique, de forma imediata, a felicidade e o prazer. Afinal, é preciso haver reflexão e moderação quanto aos prazeres. Como diz o trecho da questão, não se pode escolher qualquer prazer na conquista da vida feliz, por exemplo.