Dentro de um território nacional, as regiões são hoje atingidas por complexos vetores de ordem técnica e política, típicos do período da globalização. Neste sentido, as regiões, tanto quanto são internamente construídas, seguem as oscilações econômicas nacionais e internacionais. Isso as torna, diferentemente do passado, mais instáveis e sujeitas a frequentes crises. E, conforme se especializam em diferentes tipos de produção para atender os mercados internacionais, suas fronteiras tornam-se mais cambiáveis.

(Adaptado de: SMITH, N. Contorno de uma política espacializada: veículos dos sem-teto
e produção da escala geográfica. In: ARANTES, A. A. (Org.) O espaço da diferença.
Campinas: Papirus, p. 152, 2000.)

Tendo em vista seus conhecimentos sobre a dinâmica das regiões no mundo contemporâneo e considerando o texto anterior, é correto afirmar que

  • a

    desapareceram os laços internos de construção regional, uma vez que a escala de comando internacional regula as especializações produtivas. 

  • b

    múltiplas escalas de ações perpassam e dinamizam a coesão regional, ocasionando instabilidade socioeconômica e mutações aceleradas em suas fronteiras. 

  • c

    o comando externo da produção vinculado aos mercados internacionais torna as fronteiras regionais estáveis e duradouras na escala do território nacional. 

  • d

    a conformação de arranjos produtivos regionais nesse contexto homogeniza o espaço nacional, apagando as antigas identidades e as desigualdades socioterritoriais.

Com a intensificação da globalização — mediante os avanços técnicos, tecnológicos e espaciais das redes de comunicação e transporte —, os mais diversos territórios nacionais são atingidos pelas oscilações econômicas, políticas e até culturais das mais diversas partes do planeta, influenciando, assim, a sua realidade socioeconômica, política e até mesmo fronteiriça. No entanto, é importante ressaltar que, embora ocorra uma intensa influência da globalização, ela não é capaz de eliminar os laços internos, as identidades nacionais e as desigualdades socioterritoriais dos países.