“Dos pretos é tão própria e natural a união que a todos os que têm a mesma cor, chamam parentes; a todos os que servem na mesma casa, chamam parceiros; e a todos os que se embarcam no mesmo navio, chamam malungos.”

(VIEIRA, Padre Antônio. Sermão XX. Parte II. Lisboa: Impressão Craesbeeckiana, p. 165,
1688.)

Sobre as comunidades de malungos no período da escravidão, é correto afirmar, de acordo com o texto, que são formadas

  • a

    nos laços entre africanos de múltiplas etnias, os quais haviam atravessado juntos o Atlântico. 

  • b

    no encontro dos africanos nas senzalas, no exercício de ofícios e no trabalho da lavoura. 

  • c

    no Novo Mundo por pessoas de uma mesma etnia que se reconheciam como iguais. 

  • d

    nos quilombos rurais e urbanos, formados por escravizados fugidos de muitas etnias.

Durante a vigência do comércio internacional de africanos escravizados em direção aos territórios colonizados pela Europa na América, povos capturados em diferentes regiões da África eram agrupados nos principais portos (como em Angola e no Benin) e embarcados nos navios negreiros para a travessia para o outro lado do Atlântico.

Apesar de toda a violência envolvida nesse processo, suas especificidades étnicas não foram meramente dissipadas, mas sim amalgamadas em uma nova forma de identificação através da qual eles eram denominados, ou seja, o termo “malungo”, de origem quicongo, e que pode ser traduzido como “companheiro”.