Texto 1

Vivemos no limiar de uma transição, em que a automação ocupará cada vez mais espaços na sociedade. Neste novo cenário, há um componente atuando com desenvoltura entre nós. Suas ações e decisões, invisíveis e muitas vezes autônomas, estão cada vez mais presentes no dia a dia da vida contemporânea. Seu comportamento, no entanto, é opaco e pouco compreendido. Trata-se dos algoritmos. São eles que, muitas vezes, decidem se você é contratado ou demitido, se você vai ter acesso a um benefício social, se seu visto de imigração vai ser concedido ou negado, quais notícias você vai ver nas redes sociais, qual o melhor trajeto do trabalho para casa ou qual o parceiro mais apropriado para um relacionamento.

(Adaptado de: MENDONÇA, R.F.; FIGUEIRAS, F.; ALMEIDA, V. Algoritmos controlam sociedade
e tomam decisões de vida ou morte. Folha de S. Paulo, 7 abr. 2021.)

Texto 2

A partir do texto 1, é possível afirmar que o texto 2 explora o fato de que os algoritmos

  • a

    .definem o que é melhor ou mais apropriado para cada pessoa. 

  • b

    são opacos porque aleatoriamente expõem às pessoas produtos para compra.

  • c

    se servem dos nossos dados para nos oferecer continuamente produtos a serem consumidos. 

  • d

    controlam a vida humana para aperfeiçoar as nossas tomadas de decisão.

O enunciado exige que o texto 1 seja tomado como referência para interpretar a tira, o que contribui para que se identifique o personagem escafandrista como uma personificação dos algoritmos. 
Além disso, deve-se ter em mente que o primeiro texto indica uma visão desfavorável sobre esse mecanismo, que, embora “opaco e pouco compreendido”, pode estar no centro de importantes decisões sobre a vida dos sujeitos (decidir “se você é contratado ou demitido, se você vai ter acesso a um benefício social, se seu visto de imigração vai ser concedido ou negado”).  
No caso da tirinha, esse poder decisório do algoritmo se manifesta quando ele, com base nas informações de que dispõe sobre a outra personagem, decide qual propaganda exibir a ela, tentando influenciar seus hábitos de consumo.