A última parada de antigos vagões de trens nova-iorquinos, que foram utilizados por 40 anos, é o oceano Atlântico, 30 km mar adentro. O Departamento de Trânsito da cidade escolheu o fundo do mar como forma de descartar os vagões para que eles virassem recifes artificiais. O objetivo é simples: além de atrair turistas, tais recifes fazem com que os mergulhadores deixem de frequentar os corais naturais, muito sensíveis à presença humana. Nesse caso, o objetivo é mais científico: deseja-se entender como ocorre a colonização. Primeiro se incrustam as microalgas, as bactérias e pequenos invertebrados na superfície metálica, depois se instalam cracas, ostras, poliquetas e outros invertebrados, e, por fim, os peixes exploram a região em busca de alimentos. Além de vagões, já foram utilizadas embarcações e aviões com esse mesmo objetivo.
a) Os animais invertebrados que se incrustam na superfície metálica são classificados como planctônicos, bentônicos ou nectônicos? Qual o nome do fenômeno de colonização de organismos que ocorre nas estruturas artificiais?
b) O local para descartar um velho vagão não deve ultrapassar a zona eufótica. Por que não seria possível a colonização de recifes de corais abaixo dessa zona? Como deve ser a proporção quantitativa entre a produtividade primária bruta (PPB) e a produtividade primária líquida (PPL) no início dessa colonização?
a) Os animais são classificados como bentônicos. O fenômeno é a sucessão ecológica.
b) Abaixo da zona eufótica, não há luz, o que impede a realização da fotossíntese. Dessa forma, as microalgas e algumas bactérias fotossintetizantes que vivem dentro de alguns invertebrados como os corais não conseguem sobreviver. A PPB deve ser maior do que a quantidade de matéria orgânica consumida na respiração celular (R) e assim a PPL deve ser positiva, pois há acúmulo de biomassa nas primeiras etapas da colonização.