Considerada uma das comidas tradicionais paraenses, a maniçoba também é um dos pratos principais do almoço do Círio de Nazaré, tradicional festa católica celebrada no segundo domingo de outubro em Belém-PA. Mas o preparo do prato começa antes. São vários dias cozinhando esse almoço especial. É que a maniva, a folha moída da mandioca (Manihot esculenta Crantz), é o principal ingrediente da maniçoba e costuma ser cozida por uma semana, antes de ir para a mesa. Tantas horas de cozimento são fundamentais para eliminar o risco de envenenamento pela planta.

O princípio tóxico dessa planta é o ácido cianídrico (HCN). Sua ingestão ou mesmo inalação representam sério perigo à saúde, podendo ocorrer casos extremos de envenenamento.

(https://portalamazonia.com. Adaptado.)

O ácido cianídrico contém o grupamento ciano (–C≡N), que tem alta afinidade com íons metálicos. No organismo humano, liga-se ao ferro da enzima citocromo oxidase, nas cristas mitocondriais. Ao bloquear a ação desta enzima, pode levar o organismo à morte. O ácido cianídrico se decompõe durante o cozimento prolongado, o que justifica o longo tempo para o preparo de pratos que têm a maniva como principal ingrediente.

A ingestão desses alimentos, quando preparados de forma incorreta, terá como uma de suas consequências 

  • a

    a inibição da formação de ácido pirúvico no processo de glicólise. 

  • b

    a inibição da síntese de ATP na fase anaeróbica da respiração celular. 

  • c

    a interrupção da transferência de elétrons na cadeia respiratória. 

  • d

    o bloqueio da degradação da acetilcoenzima-A no ciclo de Krebs. 

  • e

    a inibição da produção de lactato no interior das células musculares.

O ácido cianídrico (HCN) vai agir especificamente na cadeia transportadora de elétrons. Ao ser ingerido, dissocia-se formando o íon cianeto, que se liga ao ferro da enzima citocromo oxidase, impedindo a transferência de elétrons e, consequentemente, a produção de ATP pela enzima ATP sintase.