Leia o trecho da entrevista com Frank B. Wilderson, professor de estudos afro-americanos na Universidade da Califórnia.

— O que é o afropessimismo?

— É uma lente de interpretação ou uma forma de teoria crítica. A maioria dos estudos raciais faz uma intervenção que eu chamo de reformista, que é dizer: como as pessoas na Bahia, por exemplo, podem conseguir casas melhores? Estou muito preocupado com essas perguntas. Mas, como um filósofo, um teórico crítico, não é nisso que emprego minha energia. Minha energia está baseada no trabalho do psiquiatra martinicano Frantz Fanon (1925-1961) e diz que, não importa aonde você vá, a negritude gera uma ansiedade para todos. Essa ansiedade é performada e negociada, e vai ser diferente em Nova Iorque e em Havana. Nós sugerimos que a escravidão é uma dinâmica racial que não terminou. Não importa o que digam no discurso consciente, no inconsciente o corpo negro não é considerado um ser humano, mas um recurso para as pessoas.

(Ana Luiza Albuquerque. “Negros não são vistos como humanos, mas
objetos, diz autor de ‘Afropessimismo’”. www.folha.uol.com.br,
20.06.2021. Adaptado.)

Nesse texto, o conceito de afropessimismo, elaborado por Wilderson, expressa a 

  • a

    relevância dos estudos cognitivos. 

  • b

    dificuldade de ascenção econômica. 

  • c

    retomada da tradição clássica. 

  • d

    expansão das relações globais. 

  • e

    realização de renovação social.

Na obra "Afropessimismo", o autor analisa a condição dos negros. No texto, Wilderson destaca a importância da obra de Fanon para a compreensão da negritude. Assim, os trabalhos psiquiátricos do martinicano têm, para o autor, papel fundamental no entendimento acerca da desumanização do corpo negro no inconsciente, apontando para a relevância dos estudos cognitivos sobre a negritude e o racismo.