Observe a gravura “A amazona americana”, incluída no Grande Atlas de Johannes Blaeu, de 1662.

Essa gravura, produzida no século XVII, permite identificar 

  • a

    o desenvolvimento de relações religiosas harmoniosas, obtidas a partir de contratos firmados entre os conquistadores e as lideranças nativas, e o compartilhamento das tarefas cotidianas. 

  • b

    a ambiguidade do imaginário europeu sobre a América, expressa na combinação de elementos reais e fabulosos e na percepção de nativos e africanos como escravos e guerreiros. 

  • c

    a consolidação da hegemonia europeia na América, manifesta no estabelecimento de padrões de comportamento do Velho Mundo e na erradicação das tradições nativas. 

  • d

    o reconhecimento da peculiaridade da fauna e da flora locais, representadas de forma realista e com o intuito de revelar aos europeus as características físicas do Novo Mundo. 

  • e

    a presença dos esforços catequizadores na América, caracterizados pela submissão das populações nativas às regras de vestimenta e à ética do trabalho como garantia da salvação eterna.

A gravura retrata o imaginário europeu sobre a América, no século XVII, fazendo uso de elementos “fabulosos” e ligados ao cristianismo e a elementos reais, como os escravos e nativos que compunham a sociedade americana. Entre os elementos fabulosos e religiosos, destacam-se os anjos que aparecem na parte superior, entre as nuvens, segurando uma cruz (figura central) e uma faixa em que se lê “América” (canto direito). Por fim, também são representados, no céu, indígenas, que olham com devoção a figura que carrega a cruz e um soldado europeu, o qual aparenta estar brigando com uma criatura cujo rosto é encoberto e é representado como se estivesse caindo das nuvens (canto esquerdo).

No que diz respeito aos elementos reais, destacam-se as pessoas feitas escravas, espalhadas pela imagem, exercendo atividades laborais. A figura central representa uma nativa, trajada com plumas e carregando um arco e flechas, e abaixo de seus pés repousa a cabeça de um europeu, ilustrando, desse modo, o caráter guerreiro dos nativos.

Por fim, ainda é possível destacar nessa imagem elementos que reforçam que se trata de uma imagem que representa a visão do colonizador sobre a América, tal como a embarcação ancorada na costa (fundo esquerdo da imagem) e a forma como os personagens europeus são retratados, vide as fisionomias do guerreiro e da figura com a cruz.

Destacamos que a imagem poderia estar com uma definição melhor, pois os detalhes são fundamentais para compreender e acertar a questão.