a) A evolução dos dados da tabela indica o avanço da mecanização do campo, como fenômeno de ordem técnica, e a diminuição do pessoal ocupado no campo, como fenômeno de ordem social. Ambos os fenômenos estão diretamente relacionados ao crescimento do êxodo rural, que trouxe como consequências para o território brasileiro o inchaço urbano e a expansão da segregação socioespacial nas cidades, que receberam esse grande contingente de pessoas desempregadas do campo, além da consolidação da urbanização, em regiões de avanço mais recente da fronteira agrícola. Destaca-se também que o avanço da mecanização do campo neste período promoveu a expansão da fronteira agrícola em direção ao Centro-Oeste e Norte do país intensificando o desmatamento do Cerrado e da Amazônia.

b) O Estado Brasileiro, através da Embrapa, investiu em pesquisa científica para o desenvolvimento e a implantação de novas técnicas agrícolas no território nacional, além de conceder incentivos financeiros e fiscais para os produtores rurais adotarem tais tecnologias e ampliarem a sua produtividade. Porém, apesar desse processo de modernização do campo brasileiro, grande parcela da produção de alimentos do Brasil é voltada ao mercado externo, que oferece preços mais atrativos aos produtores. Dessa forma, diminui a oferta de alimentos no mercado interno e, consequentemente, o seu valor aumenta, dificultando o acesso da população de baixa renda, aumentando a fome no país. Destaca-se também que, grande parte da modernização do campo brasileiro beneficiou, especialmente, grandes proprietários rurais produtores de commodities de exportação, como soja, milho e algodão, cuja produção avançou em detrimento das lavouras familiares de alimentos.