Ora, sempre que surge uma nova técnica, ela quer demonstrar que revogará as regras e coerções que presidiram o nascimento de todas as outras invenções do passado. Ela se pretende orgulhosa e única. Como se a nova técnica carreasse com ela, automaticamente, para seus novos usuários, uma propensão natural a fazer economia de qualquer aprendizagem. Como se ela se preparasse para varrer tudo que a precedeu, ao mesmo tempo transformando em analfabetos todos os que ousassem repeli-la.

Fui testemunha dessa mudança ao longo de toda a minha vida. Ao passo que, na realidade, é o contrário que acontece. Cada nova técnica exige uma longa iniciação numa nova linguagem, ainda mais longa na medida em que nosso espírito é formatado pela utilização das linguagens que precederam o nascimento da recém-chegada.

ECO, U.; CARRIÈRE, J.-C. Não contem com o fim do livro.
Rio de Janeiro: Record, 2010 (adaptado).

O texto revela que, quando a sociedade promove o desenvolvimento de uma nova técnica, o que mais impacta seus usuários é a

  • a

    dificuldade na apropriação da nova linguagem. 

  • b

    valorização da utilização da nova tecnologia. 

  • c

    recorrência das mudanças tecnológicas. 

  • d

    suplantação imediata dos conhecimentos prévios.

  • e

    rapidez no aprendizado do manuseio das novas invenções.

No segundo parágrafo do texto, está explícita a ideia de que uma “nova técnica exige uma longa iniciação numa nova linguagem”.