TEXTO I

TEXTO II

O termo ready-made foi criado por Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Seu primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte.

Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado).

A instalação In absentia propõe um diálogo com o ready-made Roda de bicicleta, demonstrando que

  • a

    as formas de criticar obras do passado se repetem.

  • b

    a recorrência de temas marca a arte do final do século XX. 

  • c

    as criações desmistificam os valores estéticos estabelecidos. 

  • d

    o distanciamento temporal permite a transformação dos referenciais estéticos.

  • e

    o objeto ausente sugere a degradação da forma superando o modelo artístico.

Em ambas as obras de arte, percebe-se um esforço de “desmistificação dos valores estéticos estabelecidos”. No caso de Duchamp, artista icônico das vanguardas e suas propostas de ruptura, isso se percebe pela recusa ao modo convencional de se produzir arte: seu ready-made, de acordo com a estética dadaísta, usava objetos encontrados (no caso, o banco e a roda de bicicleta) para produzir uma obra, em vez de pinturas ou esculturas criadas pelo artista. Já a instalação se propõe a desmistificar o próprio Duchamp, cuja obra teria se tornado ela mesma um “valor estético estabelecido” com a incorporação das técnicas e ideias de vanguarda ao repertório artístico. In absentia promove uma “desmistificação” ao citar a obra de Duchamp pela sua ausência (“absentia”), apropriando-se da sombra de Roda de bicicleta.