As gravuras eram um importante e significativo meio de comunicação nas sociedades europeias. Os ecos do Novo Mundo chegavam à Europa rapidamente pelas mãos daqueles que nunca tinham pisado no continente recém-descoberto.

(Adaptado de TATSCH, Flavia Galli. A construção visual da América em gravuras: códigos de Percepção e suas transformações. In: III Encontro Nacional de Estudos da Imagem, 03 a 06 de maio de 2011, Londrina – PR.)

A partir da leitura da imagem e do texto acima – que versam, ambos, sobre a construção visual, em gravuras, da América do início da Era Moderna –, é correto afirmar que

  • a

    a gravura traz elementos greco-romanos para representar a descoberta do Novo Mundo. Nela, o continente foi simbolizado pela paisagem típica da América e pela presença de Américo Vespúcio. 

  • b

    o código visual da gravura, produzido em um contexto medieval, traz o encontro de Américo Vespúcio com as terras americanas, representado pelos artefatos europeus, como, por exemplo, a rede. 

  • c

    a gravura alude ao encontro entre Américo Vespúcio e a América, representados, na imagem, pelo navegador e pela indígena nua. Essa representação resultava dos relatos escritos sobre o Novo Mundo e da tradição imagética europeia. 

  • d

    a gravura usa elementos visuais da cultura europeia para apresentar a Europa como detentora de civilidade e a América indígena, grotesca, armada e opositora aos domínios europeus.

A gravura de Jean van der Straet representa a chegada dos europeus – na figura de Américo Vespúcio –, à América – na figura da indígena nua. Junto aos relatos escritos sobre o Novo Mundo, as gravuras produzidas tinham por objetivo reforçar, consolidar e legitimar o conteúdo apresentado nesses relatos. A leitura atenta da imagem permite a identificação da surpresa da indígena com a chegada de Vespúcio – além de deitada na rede, a mulher está desarmada, e os demais indígenas, retratados ao fundo, encontram-se sentados em roda em volta de uma fogueira, alimentando-se de carne humana – atividades tidas pelos colonizadores como rotineiras, em clara alusão, ainda que distorcida, ao ritual da antropofagia.