De que se trata essa biopolítica, esse biopoder? A nova tecnologia do poder que se instala se dirige à multiplicidade dos homens, não na medida em que eles se resumem em corpos, mas na medida em que ela forma, ao contrário, uma massa global, afetada por processos de conjunto que são próprios da vida, que são processos como o nascimento, a morte, a produção, a doença etc. É com o nascimento da biopolítica que se lança mão da medição estatística desses fenômenos para fins de regulamentação e de intervenção. Um novo tipo de poder que consiste em fazer viver e em deixar morrer.

(Adaptado de FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010, p. 204.)

Como tecnologia de poder, a biopolítica se inscreve no corpo

  • a

    do indivíduo como problema existencial.

  • b

    da família como problema reprodutivo. 

  • c

    da escola como problema disciplinar. 

  • d

    da população como problema político.

Para Michel Foucault, a biopolítica pode ser compreendida como uma forma de manifestação de poder por meio da qual a vida biológica dos seres humanos é incluída na gestão política de um Estado. O filósofo francês analisa que, a partir do século XVIII, a vida biológica começa a se converter em objeto da política, ou seja, a vida biológica passa a ser produzida e administrada. Vale apontar que, sob esta análise, o Estado passa a deter a responsabilidade e a decisão sobre a vida e a morte dos mais diversos grupos da sociedade, ou seja, a biopolítica é algo que chega à população como um problema político a ser discutido.