Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado, tornam-se, pois, desde o começo, uma simples propriedade de Vergueiro & Cia. E em virtude do espírito de ganância, para não dizer mais, que anima numerosos senhores de escravos, e também da ausência de direitos em que costumam viver esses colonos na província de São Paulo, só lhes resta conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias ou como escravos.

(Thomas Davatz. Memórias de um colono no Brasil (1850), 1941.)

O texto aponta problemas enfrentados por imigrantes europeus que vieram ao Brasil para

  • a

    trabalhar nas primeiras fábricas, implantadas na região Sudeste do país, para reduzir a dependência brasileira de manufaturados ingleses. 

  • b

    substituir a mão de obra escrava nas lavouras de café e cana-de-açúcar, após a decretação do fim da escravidão pela lei Áurea. 

  • c

    trabalhar no sistema de parceria, estando submetidos ao poder político e econômico de fazendeiros habituados à exploração da mão de obra escrava. 

  • d

    substituir a mão de obra indígena na agricultura e na pecuária, pois os nativos eram refratários aos trabalhos que exigiam sua sedentarização. 

  • e

    trabalhar no sistema de colonato, durante o período da grande imigração, e se estabeleceram nas fazendas de café do Vale do Paraíba e litoral do Rio de Janeiro.

O sistema de parceria, que teve no senador Vergueiro um pioneiro, foi uma das primeiras iniciativas visando trazer imigrantes europeus para o Brasil em meados do século XIX. O fracasso do sistema deveu-se à dificuldade de mudança de mentalidade dos fazendeiros: acostumados a ter o domínio total sobre a mão de obra (escrava), mantinham a mesma postura diante de trabalhadores livres.