Leia a fábula “O morcego e as doninhas” do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?) para responder a questão.

Um morcego caiu no chão e foi capturado por uma doninha1. Como seria morto, rogou à doninha que poupasse sua vida.

– Não posso soltá-lo – respondeu a doninha –, pois sou, por natureza, inimiga de todos os pássaros.

– Não sou um pássaro – alegou o morcego. – Sou um rato.

E assim ele conseguiu escapar.

Mais tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra doninha, ele suplicou a esta que não o devorasse. Como a doninha lhe disse que odiava todos os ratos, ele afirmou que não era um rato, mas um morcego. E de novo conseguiu escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe bastou mudar de nome para ter a vida salva.

(Fábulas, 2013.)

1doninha: pequeno mamífero carnívoro, de corpo longo e esguio e de patas curtas (também conhecido como furão).

Depreende-se da leitura da fábula a seguinte moral: 

  • a

    Adaptar-se às circunstâncias: eis a forma de escapar dos perigos. 

  • b

    Mais vale uma vida simples e sem inquietações do que viver em meio ao luxo com um medo devastador. 

  • c

    Às vezes, quando a sorte abandona os mais poderosos, eles podem precisar dos mais humildes.

  • d

    Aqueles que, por vaidade, se fazem maiores do que realmente são acabam se arrependendo amargamente. 

  • e

    Devemos nos contentar com o que temos e evitar a ganância.

Na fábula, o mocergo adapta seu discurso a cada situação, para sugerir às doninhas que ele não era o que elas pensavam que ele era. Desse modo, considerando-se ora “rato”, ora “morcego”, ele escapa dos perigos.