“Em uma onda sem precedentes de medo, confusão e pânico, hoje quase 13 milhões de ações mudaram de mãos na Bolsa de Valores de Nova York. Corretores atordoados atravessaram um mar de papel segurando ordens de investidores assustados para ‘vender a qualquer preço’.”
“Wall Street cai”. The Guardian (Londres), 24/10/1929, p.1.
“O mercado esteve ontem numa situação de verdadeiro pânico. Em São Paulo pedem-se a moratória e a emissão de papel-moeda. O presidente da República receberá hoje uma comissão do comércio de Santos.”
“A crise do café”. Correio da Manhã (Rio de Janeiro), 29/10/1929, p.1.
Os excertos, extraídos de matérias jornalísticas publicadas à época, relatam reações ante a Crise de 1929. Essa crise
A chamada crise de 1929, ocasionada pela queda da bolsa de Nova York, trouxe profundas consequências para a economia mundial, afetando, ainda que de maneira diversa, tanto os países industriais, quanto os países agroexportadores - como é o caso do Brasil. A falta da regulação na economia, a superprodução, o excesso de crédito e a bolha de especulação na bolsa de valores foram alguns dos elementos centrais que levaram à eclosão de uma das maiores crises econômicas do capitalismo, bem como o fim de um período de intensa euforia, sobretudo nos Estados Unidos. Em termos gerais, a principal consequência dessa crise foi o impacto por ela exercido sobre o liberalismo econômico, situação na qual foi necessária a formulação de uma nova política econômica marcada pelo aumento da intervenção do Estado por meio de regulações e investimentos em diferentes áreas.