A charge de Angelo Agostini foi publicada em 1880, em meio aos debates sobre a Lei dos Sexagenários no parlamento brasileiro.

A charge

  • a

    endossa a defesa, pelos setores políticos liberais, do emprego de trabalhadores brancos, representados nas laterais do monumento.

  • b

    critica a concepção de independência manifesta na estátua equestre de Pedro I e a defesa da extinção do tráfico de escravizados.

  • c

    expõe a contradição entre a liberdade expressa na estátua equestre de Pedro I e as mazelas enfrentadas pelos escravizados.

  • d

    defende a manutenção da escravidão, em oposição à exploração do trabalho compulsório de indígenas e de imigrantes europeus.

  • e

    expressa a indignação dos proprietários rurais, grupo social hegemônico, diante da redução gradual do trabalho escravo.

Ao analisar a charge, pode-se observar, em primeiro plano, uma crítica ao projeto de país implantado durante o Império, pois se vê um homem representando as elites escravistas montado sobre um escravizado; na parte de baixo da imagem, há símbolos nacionais em cena de lamentação. A crítica é observada pois, em segundo plano, nota-se a estátua de D. Pedro I, construída a fim de colaborar com a narrativa heroica da independência do Brasil. Ademais, é importante destacar que, embora livre das amarras coloniais, a construção do Estado brasileiro, após a emancipação, não veio acompanhada da abolição da escravidão, o que, como sugere a charge, foi bastante contraditório, pois, para grande parte da sociedade, a liberdade ainda era um projeto distante, ainda mais quando se evidenciava as diversas mazelas enfrentadas pelos escravizados.